Limites do Homem

Quinta-feira, 05 de Maio de 2011

Entrevistas realizadas

 

Amputação


Entrevista realizada ao Sr. José Justina que sofreu de Amputação há 3 anos.

 

1)    Qual foi a causa de ter sido amputado?

 

R: Nem eu próprio sei responder. Nem os peritos sabem bem. Tive 3 AVC’s, foi devido ao último que me amputaram a perna.

 

2)   Como se sentiu ao saber que tinha de ser amputado?

 

R: Parte do mau estado da pessoa, das arrelias, do nervosismo.

 

3)   Com que idade foi amputado?

 

R: Eu tive 3 AVC’s. O primeiro AVC que tive, tinha 19 anos. A perna foi amputada há 3 anos, portanto, no último AVC que eu tive, estava na casa dos 70 anos.

 

4)   Foi discriminado?

 

R: Não em parte, mas um bocadinho, um bocadinho derivado à má organização que temos no país, na totalidade, este país é paupérrimo, n tem medicina à altura de acudir aos doentes, aliás, nunca teve. Não tem e vai continuar a não ter. Por exemplo nesta casa não temos um medico…

 

5)   Usa prótese?

 

R: Não.

 

6)   Se não, porquê?

 

R: Não posso… aliás, a minha filha é que me chamou à atenção. Eu com a família reunida disse-lhes: “Vou pôr uma prótese”. Eles disseram-me: “Estamos plenamente de acordo com isso, mas achamos que não devia pôr, não é pelo dinheiro, é que para você usar uma prótese tem de usar duas canadianas, e o braço esquerdo você não o tem”. Desde o AVC que fiquei com este braço atrofiado e assim era complicado andar com as canadianas.

 

7)    Quais são as dificuldades que sente?

 

R: As minhas dificuldades maiores, é por exemplo, aqui neste espaço, eu querer-me deslocar. Se tiver largueza para isso eu vou na cadeira de rodas, se não tiver, tenho de ser transportado. Os meus filhos compraram-me uma cadeira de rodas melhor que estas aqui do lar, estas já não estão muito boas. E então com tudo isso eu decidi não pôr a prótese. Mas cá me vou safando.

 

8)  Como foi a sua recuperação após ter sido amputado?

 

R: A recuperação foi razoável, pela minha força de vontade. Pela minha força de vontade… Um dia a vizinha passou ao pé do meu quintal, eu estava a fazer um trabalho esforçado, e ela disse-me: “Oh Zé, afinal de contas tu, àquilo que eu tenho estado a observar, tu ainda tens muita força”. “Tenho sim… não é força física, é força de vontade”

 

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Adopção


Entrevista realizada a Margarida Fanha, sobre o processo de adopção da sua filha.

 

1)    Porque decidiu adoptar uma criança?

 

R: Decidimos adoptar uma criança ao fim de tantos anos de sofrimento em tratamentos porque não conseguia engravidar. Então decidimos fazer bem a uma criança… que afinal há tantas, e pelo desejo de poder dar todo o amor a uma criança, tinha o desejo de ser mãe, não de andar grávida.

 

2)   O processo da adopção demorou mais ou menos quanto tempo?

 

R: Quase 3 anos, o que para nós, pais parece muito mais.

 

3)   Como foi a adaptação da criança?

 

R: Lindamente, parecia que já nos conhecia há muito tempo, que morou sempre cá em casa, adaptou-se lindamente tanto a nós como à restante família.

 

4)   Tinha preferência de idade, sexo ou raça da criança?

 

R: Sim, principalmente na idade, no sexo não porque se tivesse uma gravidez também não poderia escolher.

 

5)   Que idade tinha a criança, quando a adoptou?

 

R: Tinha 2 anos e 9 meses.

 

6)   Ela sabe que é adoptada?

 

R: Sabe, porque nós pais dizemos que veio da casinha dos meninos, embora não saiba o significado da palavra adopção, devido à idade.

 

7)    Se sim, com que idade lhe disse?

 

R: Logo do inicio começamos a falar com ela sobre isso, nunca lhe escondemos.

 

8)  Como é que a criança reagiu?

R: Reagiu muito bem, ainda é pequenina para compreender bem, embora ela saiba dizer que veio da casinha dos meninos.

 

9)   Tem algum contacto com os pais biológicos da criança?

R: Não, nem quero ter, mas se um dia a minha filha tiver curiosidade em saber, não posso ser egoísta ao ponto de não lhe dizer.

 

 

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Sobredotado

 


Entrevista realizada ao sobredotado Gonçalo Oliveira.

 

1)    Quando percebeu que era sobredotado?

 

R: Mal entrei na escola primária percebi que era diferente dos outros, mas só descobri que era sobredotado depois de realizar uns testes do instituto de inteligência.

 

2)   Sente-se discriminado pelos seus amigos/colegas?

 

R: Nunca senti qualquer tipo de discriminação por parte dos outros, e sempre me dei muito bem com os meus amigos, ser sobredotado nunca interferiu na minha vida social.

 

3)   Conhece mais alguém que seja sobredotado?

 

R: Nunca cheguei a conhecer outras pessoas sobredotadas.

 

4)   Tem alguma relação com essa(s) pessoa(s)?

 

R: Para responder a esta pergunta era preciso conhecer outras pessoas sobredotadas.

 

5)   Sente-se desmotivado ou motivado nas aulas? Porquê?

 

R: Depende sempre das disciplinas, mas normalmente sinto-me motivado para aprender coisas novas.

 

6)   Como reagiram os seus pais ao saberem que tinham um filho sobredotado?

 

R: Ficaram muito felizes, e contei sempre com o apoio total deles.

 

 

 

 

 

publicado por limitesdohomem às 13:09

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