Amputação
Entrevista realizada ao Sr. José Justina que sofreu de Amputação há 3 anos.
1) Qual foi a causa de ter sido amputado?
R: Nem eu próprio sei responder. Nem os peritos sabem bem. Tive 3 AVC’s, foi devido ao último que me amputaram a perna.
2) Como se sentiu ao saber que tinha de ser amputado?
R: Parte do mau estado da pessoa, das arrelias, do nervosismo.
3) Com que idade foi amputado?
R: Eu tive 3 AVC’s. O primeiro AVC que tive, tinha 19 anos. A perna foi amputada há 3 anos, portanto, no último AVC que eu tive, estava na casa dos 70 anos.
4) Foi discriminado?
R: Não em parte, mas um bocadinho, um bocadinho derivado à má organização que temos no país, na totalidade, este país é paupérrimo, n tem medicina à altura de acudir aos doentes, aliás, nunca teve. Não tem e vai continuar a não ter. Por exemplo nesta casa não temos um medico…
5) Usa prótese?
R: Não.
6) Se não, porquê?
R: Não posso… aliás, a minha filha é que me chamou à atenção. Eu com a família reunida disse-lhes: “Vou pôr uma prótese”. Eles disseram-me: “Estamos plenamente de acordo com isso, mas achamos que não devia pôr, não é pelo dinheiro, é que para você usar uma prótese tem de usar duas canadianas, e o braço esquerdo você não o tem”. Desde o AVC que fiquei com este braço atrofiado e assim era complicado andar com as canadianas.
7) Quais são as dificuldades que sente?
R: As minhas dificuldades maiores, é por exemplo, aqui neste espaço, eu querer-me deslocar. Se tiver largueza para isso eu vou na cadeira de rodas, se não tiver, tenho de ser transportado. Os meus filhos compraram-me uma cadeira de rodas melhor que estas aqui do lar, estas já não estão muito boas. E então com tudo isso eu decidi não pôr a prótese. Mas cá me vou safando.
8) Como foi a sua recuperação após ter sido amputado?
R: A recuperação foi razoável, pela minha força de vontade. Pela minha força de vontade… Um dia a vizinha passou ao pé do meu quintal, eu estava a fazer um trabalho esforçado, e ela disse-me: “Oh Zé, afinal de contas tu, àquilo que eu tenho estado a observar, tu ainda tens muita força”. “Tenho sim… não é força física, é força de vontade”
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Adopção
Entrevista realizada a Margarida Fanha, sobre o processo de adopção da sua filha.
1) Porque decidiu adoptar uma criança?
R: Decidimos adoptar uma criança ao fim de tantos anos de sofrimento em tratamentos porque não conseguia engravidar. Então decidimos fazer bem a uma criança… que afinal há tantas, e pelo desejo de poder dar todo o amor a uma criança, tinha o desejo de ser mãe, não de andar grávida.
2) O processo da adopção demorou mais ou menos quanto tempo?
R: Quase 3 anos, o que para nós, pais parece muito mais.
3) Como foi a adaptação da criança?
R: Lindamente, parecia que já nos conhecia há muito tempo, que morou sempre cá em casa, adaptou-se lindamente tanto a nós como à restante família.
4) Tinha preferência de idade, sexo ou raça da criança?
R: Sim, principalmente na idade, no sexo não porque se tivesse uma gravidez também não poderia escolher.
5) Que idade tinha a criança, quando a adoptou?
R: Tinha 2 anos e 9 meses.
6) Ela sabe que é adoptada?
R: Sabe, porque nós pais dizemos que veio da casinha dos meninos, embora não saiba o significado da palavra adopção, devido à idade.
7) Se sim, com que idade lhe disse?
R: Logo do inicio começamos a falar com ela sobre isso, nunca lhe escondemos.
8) Como é que a criança reagiu?
R: Reagiu muito bem, ainda é pequenina para compreender bem, embora ela saiba dizer que veio da casinha dos meninos.
9) Tem algum contacto com os pais biológicos da criança?
R: Não, nem quero ter, mas se um dia a minha filha tiver curiosidade em saber, não posso ser egoísta ao ponto de não lhe dizer.
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Sobredotado
Entrevista realizada ao sobredotado Gonçalo Oliveira.
1) Quando percebeu que era sobredotado?
R: Mal entrei na escola primária percebi que era diferente dos outros, mas só descobri que era sobredotado depois de realizar uns testes do instituto de inteligência.
2) Sente-se discriminado pelos seus amigos/colegas?
R: Nunca senti qualquer tipo de discriminação por parte dos outros, e sempre me dei muito bem com os meus amigos, ser sobredotado nunca interferiu na minha vida social.
3) Conhece mais alguém que seja sobredotado?
R: Nunca cheguei a conhecer outras pessoas sobredotadas.
4) Tem alguma relação com essa(s) pessoa(s)?
R: Para responder a esta pergunta era preciso conhecer outras pessoas sobredotadas.
5) Sente-se desmotivado ou motivado nas aulas? Porquê?
R: Depende sempre das disciplinas, mas normalmente sinto-me motivado para aprender coisas novas.
6) Como reagiram os seus pais ao saberem que tinham um filho sobredotado?
R: Ficaram muito felizes, e contei sempre com o apoio total deles.